A implicação da dor na vida de pacientes é complexa e profunda. Sintomas importantes como depressão, ansiedade, estresse se instalam e têm efeitos negativos, comprometendo o sono, apetite, libido, humor, energia, capacidade de concentração e capacidade para desenvolvimento de atividades familiares, profissionais e sociais. A relação do paciente com suas dores produzem sentimentos que podem interferir diretamente no processo de recuperação.
É muito importante que o tratamento seja realizado por uma equipe multiprofissional qualificada e integrada que realize avaliações precisas e continuadas, trabalhando simultaneamente questões de ordem biológica, emocional, sociocultural e ambiental que contribuem para o aumento da sensação de dor.
A psicologia dentro desta equipe se concentra no resgate da sensação de dignidade e na busca da capacidade de enfrentamento da dor. Observamos a experiência pessoal da dor, sua função e limitações, as relações afetadas e a dimensão social que inclui estigmas e status social alterado pela doença. O trabalho treina habilidades, tem foco na redefinição de como o paciente compreende e interage com a dor, retomando assim o interesse em grande parte dos eventos do mundo externo, afetados pelo seu estado geral. O paciente torna-se agente ativo de sua vida.
Rosane Palma