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RECONHECIMENTO E QUANTIFICAÇÃO DA DOR: UM DOS PRINCIPAIS OBSTÁCULOS PARA O DIAGNÓSTICO CORRETO

Sem dúvida alguma, a dor é uma experiência subjetiva e complexa que envolve componentes sensoriais, cognitivos e emocionais. Justamente por isso, nem sempre é fácil fazer o diagnóstico da dor, e quando há um erro nesse processo, muitos pacientes acabam permanecendo com a sensação dolorosa mesmo depois de receberem tratamentos para aliviá-la.

A verdade é que o reconhecimento e a quantificação da dor são um dos principais obstáculos para o diagnóstico da dor e para o seu controle eficaz.
Infelizmente, é comum que ela não seja devidamente reconhecida, especialmente quando falamos de pacientes com dificuldades de comunicação ou algum comprometimento cognitivo.

E é sobre isso que a gente vai falar no artigo de hoje!

DIAGNÓSTICO DA DOR: A IMPORTÂNCIA DE UMA AVALIAÇÃO INDIVIDUALIZADA

É importante ressaltar que esse reconhecimento preciso e a quantificação da dor em pacientes dependem de um atendimento individualizado e da experiência do profissional. É crucial entender que as pessoas costumam manifestar sinais de dor de diversas formas, por isso que ela é uma experiência individual.

Então, há diferenças nas reações dos pacientes à sensação dolorosa, e compreender isso e considerar essas divergências no diagnóstico da dor e nas estratégias de manejo da sensação dolorosa é essencial, sendo extremamente necessário entender a peculiaridade de cada pessoa.

Vale ressaltar: a avaliação do histórico do paciente e o conhecimento profundo acerca dele são vitais ao considerar os caminhos para controle de condições dolorosas.
Vários estudos relatam a relevância significativa de dados como idade, sexo e diferenças culturais, incluindo etnia, em relação à resposta à dor, portanto, esse é um fator que deve ser sempre levado em consideração.

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SUPERANDO DESAFIOS PARA ALIVIAR A DOR DE FORMA EFICIENTE

A compreensão adequada da sensação dolorosa, sobretudo sua fisiologia, é essencial para todos que a gerenciam. Parece algo óbvio, né?! Porém, informações na literatura destacam que existem amplos déficits de conhecimento entre a maioria dos profissionais.

É preciso atenção a isso, até porque dores mal cuidadas podem se tornar crônicas e afetar de forma significativa a vida de quem sofre com elas.

A qualificação do especialista, portanto, precisa ir desde a realização de um diagnóstico da dor preciso e adequado até o tratamento eficaz, com uma prescrição minuciosa e cuidadosa do medicamento ou procedimento a ser realizado, bem como atenção à eficiência do método caso a caso, dosagem, técnica de administração, efeitos adversos, duração e consistência da intervenção. Isso porque escolhas de tratamento incorretas e execução inadequada do método recomendado constituem uma barreira considerável para o tratamento efetivo da condição dolorosa.

Ou seja, o manejo preciso da dor pode e deve ser realizado, temos várias técnicas que aliviam a sensação dolorosa e devolvem a qualidade de vida ao paciente. Mas é preciso entender os desafios relacionados ao reconhecimento e quantificação de dores e, visando superá-los, é essencial conhecer e entender cada paciente de forma única, assim como investir em educação contínua e treinamento para superar os obstáculos em volta do diagnóstico da dor, que é complexo, e, assim, conseguir fazer um controle eficaz da sensação dolorosa (seja ela crônica ou aguda).

Referência: intechopen.com/chapters/73164.

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Dra. Alexandra Raffaini
Anestesiologista com Área de Atuação em Dor
CRMSP: 122096 / RQE: 774251



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